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Realidade virtual e Metaverso acendem alerta para riscos entre adolescentes

Metaverso & Realidade Virtual
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Um estudo recente realizado pela Universidade Atlântica da Flórida acendeu um sinal de alerta sobre os perigos enfrentados por jovens em ambientes de realidade virtual (RV) e no metaverso. Embora esses espaços digitais ofereçam novas formas de interação e entretenimento, eles também estão se tornando palco para bullying, assédio e discursos de ódio — especialmente entre adolescentes.

A pesquisa, publicada no periódico New Media & Society, analisou a experiência de mais de 5 mil jovens entre 13 e 17 anos, todos residentes dos Estados Unidos. Os resultados mostram que um em cada três adolescentes já possui um headset de realidade virtual, sendo esse número mais comum entre meninos (41%) do que entre meninas (25,1%).

Mas, junto com o aumento do acesso, vêm também os impactos negativos.

Um espaço digital, mas com problemas bem reais

Entre os jovens que utilizam a RV, 44% relataram já ter sido alvo de discursos de ódio ou difamação. Casos de bullying (37,6%), assédio (35%) e até assédio sexual (18,9%) também foram mencionados com frequência. Além disso, cerca de 21% disseram ter se deparado com conteúdo violento ou sexual indesejado.

Outros tipos de agressão online, como trolling (43,3%), ameaças diretas (29,5%) e interferências maliciosas na navegação também apareceram entre os principais relatos.

“Apesar de serem mundos virtuais, os impactos emocionais são bem reais, principalmente quando os jovens ainda estão em fase de desenvolvimento e autoconhecimento”, comenta o professor Sameer Hinduja, um dos responsáveis pelo estudo.

Gênero influencia a forma como os jovens se protegem

O estudo também revelou diferenças significativas entre meninos e meninas nas formas de lidar com essas situações. As meninas, por exemplo, relataram assédio com mais frequência e tendem a adotar mais medidas de proteção, como o uso de “zonas seguras” ou “limites pessoais” dentro das plataformas.

Elas também escolhem avatares menos chamativos, numa tentativa de evitar interações indesejadas. Apesar disso, a utilização de ferramentas de segurança ainda é baixa de forma geral — muitos adolescentes simplesmente saem da sala ou trocam de servidor ao se sentirem desconfortáveis.

Vítimas mais vulneráveis

O levantamento aponta ainda que jovens com saúde mental fragilizada, baixa autoestima ou dificuldades familiares estão mais vulneráveis a experiências negativas nesses ambientes. Para os pesquisadores, isso reforça a necessidade de acompanhar mais de perto como essas tecnologias estão sendo usadas por adolescentes — e quais ferramentas eles têm à disposição para se proteger.

“A imersão é um dos grandes atrativos da realidade virtual, mas também pode potencializar sentimentos negativos quando a experiência se torna hostil”, diz Hinduja.

E o que pode ser feito?

Para reduzir os riscos, os autores do estudo listam algumas recomendações importantes:

  • Plataformas devem simplificar e melhorar os sistemas de denúncia;
  • Criadores devem priorizar ambientes mais seguros e inclusivos, combatendo ativamente qualquer tipo de assédio;
  • Pais e responsáveis precisam se familiarizar com os controles parentais e entender como essas tecnologias funcionam;
  • Educação digital nas escolas pode ajudar jovens a reconhecer riscos e se proteger;
  • E, claro, é preciso continuar pesquisando para adaptar essas ferramentas à realidade dos adolescentes.

Apesar dos riscos, o estudo também reconhece o potencial das tecnologias de realidade virtual e metaverso. “Essas ferramentas ainda têm muito a oferecer, mas precisamos garantir que o futuro digital seja também um espaço de segurança, respeito e bem-estar”, conclui o professor Hinduja.

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